13 de março de 2011

Coelhinho da Páscoa, que trazes pra mim?

Psiuuuu... faz silêncio!  ...

Estão ouvindo?! Alguém vem vindo...

Quem será?!

Sim! É ele, o Coelhinho da Páscoa!



"Coelhinho da Páscoa,
Que trazes pra mim?
Um ovo, dois ovos, três ovos assim!

Coelhinho da Páscoa
Que cor eles têm?
Azul, amarelo e vermelho também!"


Minha Nossa Senhora do Tempo Corrido, a Páscoa já está chegando!
Como o tempo vôa! E a vida também. Ainda posso ouvir o som daquela manhã, às vésperas da Páscoa, quando brinquei, pela primeira vez, de "caça aos ovinhos", na casa da minha vizinha...
Quando eu era pequena, morava numa rua onde poucas eram as pessoas que possuíam piscina em casa. Minha vizinha de muro, uma senhora de seus 70 e muitos anos, era uma dessas felizardas. Ela se chamava Dona Vera e morava sozinha com o marido e uma dama de companhia, uma vez que seus filhos já eram casados.
Considerada a rica da rua, por ser proprietária de uma casa que, embora antiga, era grande e bonita, Dona Vera era uma pessoa bastante reservada e um tanto quanto séria no seu jeito de ser, mas, mesmo com toda formalidade, ela não era mal vista pelos moradores da rua não, fossem eles adultos ou crianças. Pelo contrário, ela não era de fofocas e sempre tratava a todos com educação e cordialidade. No caso das crianças, em especial, vez ou outra, ela nos convidava a desfrutar de sua piscina.



Nossa, era a glória quando isso acontecia! A piscina nem era grande. Hoje em dia, diria até que não passava de um tanque metido à besta, mas, quando somos crianças, tudo se torna grandioso aos olhos da infância.
E a brincadeira tinha hora marcada para acabar. Ao meio-dia, todos deveriam voltar às suas respectivas casas para almoçar. Isso mesmo, a "hospedagem" não incluía refeição. (rsrsrsrsrs...) E se, por ventura, perdíamos a noção da hora, ela não nos deixava esquecer os ponteiros e, lá de dentro, dizia "Meninos, já é hora de todos irem para casa almoçar".



Quem se atreveria a contestá-la e correr o risco de não ser incluído no próximo convite?  Atendíamos na hora, como crianças bem educadas motivadas pelo clássico "Respeito é bom e eu gosto"! Na época, achava meio rude ela fazer isso, mas depois que a minha inocência de criança se transformou em razão de gente grande, entendi que não havia nada de errado em sua atitude, afinal ela já estava sendo gentil DEMAIS em convidar mais de dez crianças ensandecidas para tomar banho de piscina em sua casa , tendo que aturar o barulho de sua algazarra durante toda uma manhã de sol.
Numa dessas vezes, às vésperas da Páscoa, já era hora de ir embora quando ela nos surpreendeu com uma novidade. Antes de irmos embora, teríamos que encontrar os ovinhos que o Coelhinho da Páscoa havia escondido para a gente, enquanto brincávamos na piscina. Nunca havia escutado que o Coelhinho da Páscoa escondia os ovos para as crianças acharem. Para mim, o coelho era apenas uma simbologia daquela data e jamais imaginei que ele tivesse funções quase que de Papai Noel, alguém que passa sem que ninguém o veja. Fiquei tão encantada com aquilo tudo que procurei meu ovinho como se estivesse em busca de um verdadeiro tesouro . E sabem quais eram os ovinhos? Acham que eram de chocolates? Não mesmo! Simplesmente eram ovos cozidos de galinha. Tudo indica que a idéia da brincadeira lhe surgiu quando já estávamos em sua casa e, como ela não deveria ter ovos de chocolates a esconder, bem como a brincadeira aconteceria na hora do almoço, nada mais de acordo que o objeto da busca fossem ovos cozidos de galinha. Lógico! Raciocinem comigo: vocês acham que uma senhora de quase oitenta anos seria irresponsável ao ponto de dar chocolate para uma criança na hora do almoço? De jeito nenhum! Que mulher você conhece que, sendo mãe, seria capaz de fazer isso? Eu não conheço e podia adiantar a resposta da minha quando eu lhe fazia esse tipo de solicitação: "Não, porque senão você não vai almoçar". E não havia promessa que a fizesse mudar de idéia. Eu poderia jurar por tudo que fosse mais sagrado que, sim, eu iria comer tudinho e não sobraria um só grão de arroz no prato que a resposta continuava a mesma:



Minha mãe era categórica nesse quesito e acho que, justamente por isso, não me decepcionei quando, ao invés de ovos de chocolate, eu encontrei ovos cozidos naquele dia, na casa da Dona Vera. Para falar a verdade, eu nem pensei direito no que eu encontraria. O que eu queria mesmo era encontrar e aquilo tudo me pareceu imensamente fascinante.
Ao contrário de mim, meus amiguinhos não entenderam o espírito da coisa e saíram criticando a brincadeira. Eu não! Tanto que nunca esqueci a magia daquela manhã...
Bem, o fato é que, embalada por essa lembrança da "corrida pelos ovos", pernas para quem te quero ou paparei mosca novamente, como aconteceu no Natal. Para quem não se lembra, em dezembro, queria ter feito três projetos para comemorar a chegada do Menino Jesus, mas, por falta de tempo, só consegui terminar dois deles. Falei sobre isso aqui. Dessa vez, fiz diferente. Comecei a produção da Páscoa com bastante antecedência para ver se consigo concluir os dois trabalhos que programei para essa data.
Um deles eu já terminei. Eba!!!



Meu primeiro panotzinho de Páscoa! Ganhei esse projeto da minha tia Fausta, mas é claro que não fiquei só no PAP. Como sempre, mudei uma coisinha aqui e ali para ficar mais parecido comigo. Gostei do resultado! O projeto original se chama Surpresa da Páscoa e você pode encontrá-lo na Lido Quilt, em Niterói / RJ.
O trabalho foi todo aplicado usando diversas técnicas de virada de agulha e ponto invisível, tais como: virada de agulha simples, aplicação sobreposta, aplicação com liquid starchback basting applique. Dessa vez, não quis usar termocolante na decoração.






No caso dos ovinhos e miolinhos das orelhas, fiz o enxerto usando fusible fleece, dando um efeito de trapunto. Achei que deu um volume animado no panot.
As floreszinhas foram feitas de fuxico, botões forrados e sianinhas e simbolizam a chegada da Primavera, estação muito associada à Páscoa aqui nos Estados Unidos.
Chamo a atenção de vocês ao narizinho torto do meu coelhinho. (rsrsrsrs...) Depois que terminei de aplicá-lo, me dei conta de que o danado estava torto, mas confesso que tive uma certa preguicinha de refazê-lo. Ah, deixei assim mesmo! Segundo a Jill, isso não é um defeito do trabalho, apenas indica que o meu coelhinho é alérgico. kakakakaka.... Adorei!!!




O trabalho foi quiltado à máquina. Na aplicação central, lancei mão do quilting a 1/4 da aplicação. Na bordinha azul, usei a técnica do quilting na vala da costura. Na borda externa, por sua vez, quis praticar minhas habilidades com o quilting livre e optei por "desenhar" algumas margaridas, para combinar com a estampa do tecido verde escolhido para a borda. Confesso que não ficou muito bom não. Na verdade, me daria, no máximo, nota 5, mas se eu não começar a arriscar novas habilidades, nunca vou fazer valer o dinheiro que investi nas minhas aulas de machine quilting, vocês também não concordam comigo?! (rsrsrsrs...). Já dizia o poeta "É errando que se aprende".




Decidi por "brincar" com o backing também e, embora eu tivesse tecido suficiente para fazê-lo de forma inteira, achei que ficaria legal se, dessa vez, eu misturasse algumas estampas. A parte de cima são as "alças" que sustentam o panot à parede.
Está aí a minha primeira criação para a Páscoa! Tenho, agora, um mês para concluir o meu segundo projeto que nem ao menos foi iniciado. E o coelhido da Páscoa já está a caminho...
Ai... ai... ai... Será que ele será mais rápido do que eu?!
Por favor, Sr. Coelho! Desacelera um pouco seus pulinhos aí que eu preciso um pouco mais de tempo aqui, estamos combinados?!
Bjs e até a próxima postagem!!!

7 comentários:

Unknown disse...

Mari, já disse que te amo?
Menina, comecei a ler o post sobre o panô, fui indo, encontrei aquele sobre as quilteiras, depois o Carol Doak e perdi ( não, eu ganhei !!) minutos incríveis aqui. E a minha máquina está ali me olhando como a perguntar, vai voltar pra cá ou não?
Adorei o panozinho e não vi nada tortinho ali, uma graça.
Um beijo

Anônimo disse...

Mari minha querida
Ficou muiiiito lindinho seu panô
Parabéns
Augusta

Simone disse...

Amiga Mari, que coisa mais linda que ficou o Panô e como diz nossa amiga Sylvia "perfeição é de Deus", mas se tu não chama atenção para o nariz tortinho a gente nem vê. Adorei a histoória da caça literalmente aos ovos, hehehehee, estas passagens de nossa infância é o que nos fazem mais equilibradas e felizes. Agora é torcer para que o Coelhinho da Páscoa aceite a cunmplicidade de diminuir o ritimo dos pulinhos, hehehehehe.
Parabéns e mil bjs no coração

M. Regina disse...

Grande escritora e grande partworkeira. Parabéns. Dá para ver que tudo que fazes é de qualidade. bjs, amiga.

LUCILENI disse...

Oi Mari, como disse anteriormente seu blog é uma graça. Irei adicioná-lo aos meus favoritos.
Bjus
Lucileni

Teresa Cristina disse...

Linda história!!!
Lindo panô!!! Adorei atrás, muito capricho!!!
Este coelho da Páscoa está mais apressado que o coelho do filme Alice no País das Maravilhas, gostaria também de ter feito um trilho para a sala de jantar mas o tempo..... corre, só fiz o panô, no ano que vem vou fazer como você, logo que passar o Natal já me adiantar.
Beijos

Teresa Cristina disse...

Linda história!!!
Lindo panô!!! Adorei atrás, muito capricho!!!
Este coelho da Páscoa está mais apressado que o coelho do filme Alice no País das Maravilhas, gostaria também de ter feito um trilho para a sala de jantar mas o tempo..... corre, só fiz o panô, no ano que vem vou fazer como você, logo que passar o Natal já me adiantar.
Beijos