11 de março de 2010

E foi assim que tudo começou...

Lembro-me, como se fosse hoje, o dia em que vi, pela primeira vez, o trabalho em patchwork da minha tia Fausta. Era dezembro de 2008. Poucas coisas na vida me deixaram perplexas com a sua possibilidade de ser e eu posso dizer, com toda segurança, que aquele dia eu me senti assim. Não pensem que é "puxassaquismo" meu: quem me conhece, sabe o quanto (No limite da educação ou correria o risco de virar uma Isabel da novela "Viver a Vida"!) eu sou o oito ou o oitenta na forma de lidar com as minhas emoções. Se gosto, gosto de verdade; se não gosto, sou meramente educada. Enfim... voltando ao cerne da questão... os trabalhos da minha tia me encantaram tanto que, sem nos darmos conta, passamos um bom tempo daquela manhã/tarde entretidas com seus trabalhos (Chamaria até de obras de arte!) e, no meu caso, nas primeiras noções da técnica do patchwork.
Hora de ir embora, o dia foi incrível, mas a imagem da perfeição daqueles trabalhos não saiu da minha cabeça. Como era possível um trabalho costurado à mão chegar aquele nível de beleza? Eu que pensava que uma peça em tecido só ficava de fato bem acabada devido à precisão de uma boa máquina de costura, pude concluir o quanto estava redondamente enganada. Nossas mãos são capazes de fazer coisas incríveis... basta querer (E ter um pouco de senso crítico também!). Fiquei de voltar à casa dela para que ela me explicasse melhor os primeiros passos da técnica e, então, dar continuidade ao trabalho quando voltasse a Houston, mas acabou que meu tempo corrido no Rio não permitiu o reencontro.
De volta a Houston, um ano, praticamente, se passou depois daquele nosso encontro sem que eu sequer pegasse numa agulha, que dirá me tornar uma quilter. A grande verdade é que nunca achei que fosse capaz daquilo e, cada vez mais, chego a conclusão do quanto somos capazes de tudo se permitimos que a nossa coragem e determinação fale mais alto por nós. Podemos não nos tornar o melhor, mas que certamente chegaremos lá por fazermos o nosso melhor, ah, isso eu não tenho a menor dúvida.
Foi em dezembro de 2009 que vi, pela primeira vez e por um acaso, um programa de quilt na televisão local de Hosuton. Nossa! Como estava enganada! Vendo a almofada que a magnífica Marianne Fons ensinava, uma das quilters mais fomosas de todos os EUA, cheguei a nítida conclusão de que eu, sim, poderia fazer aquilo. No mesmo dia, à noite, decidi reaproveitar os coeiros de flanela que o Daniel já não mais usava e transformá-los em algo que ele pudesse ter, quando adulto, como lembrança concreta de algo de sua infância. Juntei os coeiros, tirei do alto do meu closet minhas poucas linhas e agulhas, desarquivei da memória as preciosas noções que a tia Fausta me deu (Lembram do dia em que estive em sua casa?) e pus mãos à obra...



E esse foi o resultado da minha primeira tentativa! Sabia apenas que os quadradinhos deveriam ser do mesmo tamanho, que existiam réguas específicas e fundamentais para cortá-los de forma precisa (Embora, naquele momento, eu ainda não as possuísse!), que os pequenos patchs deveriam se encontrar perfeitamente num ponto só e que a costura de junção dos quadrados não era aberta, mas sim deitada para um dos lados. O resto, menina, deixei que a minha intuição e bom senso guiassem as minhas mãos.



E assim ficou o verso da minha primeira tentativa!
É... para quem só sabia aquelas poucas noções básicas e tudo o que tinha visto na casa da tia Fausta e numa única exibição do programa Fons & Porter - Love of Quilting, até que não me saí tão mal. Pelo menos foi o suficiente para ter a certeza de que aquele era o caminho...
E assim começou a minha peregrinação por conseguir o máximo de informação necessária para que minha a vontade de dar continuidade aquele início se tornasse realidade. Era um tal de procurar site aqui e ali, de anotar nomes e endereços lá e cá que parecia não ter mais fim. Meu primeiro obstáculo: todos os cursos de patchwork que encontravam ficavam muito distantes da minha casa, logo ficaria muito complicado me comprometer com algum deles. Tive que pensar num plano B. Resumo da ópera, comprei minha primeira revista Fons & Porter - Love of quilting e lá fiquei sabendo que eles vendiam um DVD o qual explicava o passo a passo básico para vc fazer o seu primeiro quilt. Não pensei 2 vezes! Na hora, fiz o pedido do meu exemplar e mandei brasa.
Assim, com a ajuda da revista e de muuuuuuita pesquisa na internet, fui me enterando do material necessário para se tornar uma quilter, de alguns lugares onde eu poderia encontrá-los e conhecer novas quiters , sobre o que se produz, em geral, com a técnica do patchwork e do quão imenso e cheio de possibilidades é o mundo do quilting.
Hoje, há quase 4 meses da minha primeira tentativa, já fiz vários pequenos trabalhinhos e, a cada um deles, posso notar a minha evolução. Sinal de que, sim, um dia eu chego lá de verdade! Mas seja lá o nível que eu atingir, NUNCA vou me esquecer daquele almoço na casa da Tia Fausta...
Bjs e até a próxima postagem!

6 comentários:

Unknown disse...

Mari, você está me saindo uma tremenda empreendedora. Está exteriorizando o que sempre foi - uma pessoa brilhante!!!! Sempre se reciclando e provando que tudo é possível com muita dedicação e empenho.
Estou ADORANDO ver seus trabalhos tão caprichados!!!!!!
PARABÉNS!!!!!
Bjs.
Fátima

Mari Albuquerque disse...

Fatinha querida!
Vc sempre um amor comigo!!! Fiquei emocionada com suas palavras, pois pude sentir muito carinho por detrás delas. Muito obrigada, amiga, pelo insentivo!!!
Continue visitando o blog sempre que quiser e puder. O link será sempre o mesmo. Salve nos seus favoritos para vc não perder de vista.
Muuuuuuuuitos beijos!!! Saudades 1000!!!
Estou te devendo uma ligação... eu não esqueci não!!!
Bjsss

Anônimo disse...

Oi Maridinha!

O blog ta show e ta tudo lindo!!!! Estou orgulhoso!

Parabens

Marido

Mari Albuquerque disse...

Marida,
SEM DÚVIDA NENHUMA vc faz parte disso tudo! Muuuuuuuuuuuuuito obrigada por tudo!!!
Te amo,
Maridinha

Unknown disse...

Querida Mari,

Não encontro palavras para expressar tamanha delicadeza e perfeição nos acabamentos.
Digo e repito, suas mãos são abençoadas. . .
Kisses a lot
Taninha.

Mari Albuquerque disse...

Taninha,
vc sempre muito fofa e carinhosa comigo!!!
Estou com muitas saudades!!!
Obrigada por tudo!!!
Bjs,
Mari