7 de fevereiro de 2011

Um legítimo Carol Doak!

Essa semana tomei "Vergonha na Cara". Já ouviram falar?



Ah, tenha dó! (Adoro um  "Ah, tenha dó!". Me faz lembrar a minha amiga-irmã Vanina que vive dizendo isso quando fofocamos da vida como um todo, vulgo, vida dos outros.  Acho tão engraçado isso dela dizer "Ah, tenha dó!" que acabei por roubar a jargão para mim também. Será que preciso pagar direitos autorais?!) Enfim, voltando ao assunto... Ah, tenha dó! Já estava mais do que na hora de eu dar um jeito na vergonhosa improvisação do meu Carol Doak, afinal de contas (e convenhamos) não se trata de um MARIANA ALBUQUERQUE qualquer; mas sim de um legítimo  CAROL DOAK e com todo respeito.
Bem, a história desse quilt começou em novembro do ano passado. Na verdade verdadeira, começou antes, em 15 de fevereiro de 2010, quando fui apresentada à Carol pela primeira vez numa aula de paper peicing na Sunflower. Invejaram?! Não é preciso. Nosso primeiro contato aconteceu apenas através de livros, porém o suficiente para que, a partir daquele dia, ela fizesse parte da minha vida. Tratei logo de atualizar minha biblioteca de patch com duas publicações da autora: um livro e um DVD.



Ambos são imperdíveis, mas o DVD, em especial, tem um toque a mais de diversão. A impressão que tive, assistindo ao DVD, era de estar dentro do ateliê da Carol Doak, durante aula de patchwork, ouvindo e vendo ela falar sobre foundation. Ela é bem-humorada e entende do ofício, justo como deve ser um grande mestre. Carol passou a ser para mim um ícone na arte do quilt e seus trabalhos símbolos de elegância e bom gosto. E bota bom gosto nisso!
E bem verdade que, analisando os meus trabalhos como um todo, pouco se vê do estilo da Carol neles, embora já tenha lançado mão de muitos dos seus "bloquinhos" na elaboração de um projetinho aqui e ali. Contudo, entendo que não é preciso dançar como uma bailarina ou se vestir como tal para que fique determinado sua admiração pela figura mais representativa do balet. Não mesmo! Você até pode, vez ou outra, por pura influência, tentar articular seus pés de uma forma mais delicada, levantar seus dedinhos indicadores como se estive apontado uma poeira no ar, se imaginar fazendo um coupé  ou um temps levé sobre um palco famoso, porém você sabe que nunca passará disso, pois, no fundo, o que você gosta mesmo é de ser plateia. E eu, com todo orgulho e respeito, me defino como uma admiradora plateia da obra de Carol Doak. Tudo que ela faz, eu aplaudo de pé!


No Festival de Houston, tive a oportunidade de assistir a sua palestra. Fiquei na maior expectativa quando soube que ela seria uma das palestrantes convidadas e mal poderia esperar que o grande dia chegasse logo. ÓBVIO que eu levei meu livro para que ela o autografasse ou vocês ainda tinham alguma dúvida disso?! Só mesmo estando fora do estado normal de sanidade, eu seria capaz de desperdiçar uma oportunidade dessas na minha vida.
Quando ela subiu ao palco e começou sua explanação, meu semblante alegremente sorria como se diante de mim estivesse a maior das celebridades hollywoodianas, com todo o seu glamour. E eu estava certa! Todo aquele bom-humor e simpatia que assisti no vídeo outrora, eram mesmo características de sua personalidade.
No final da palestra, meu coração pulava de tanta ansiedade por conseguir um autógrafo. Uma pequena fila de tietes se formou ao seu redor.




E, em quanto eu esperava a minha vez de estar com ela, fiquei imaginando o que eu poderia dizer, mesmo com meu inglês macarrônico, além de um mero pedido de autógrafo. Seria muito micha da minha parte se, na grande chance da minha vida de falar com a Carol Doak, eu dissesse apenas "Hi, Carol, could you give me a autograph?". DE JEITO NENHUM!!!! Precisava ser mais criativa do que isso! Precisava de algo realmente original! Algo que impressionasse e fizesse com que ela se lembrasse de mim por toda a vida. E, em meio a esse dilema do que dizer e não dizer, pronto!, chegou a minha vez. E agora?! Eu ainda não havia definido qual seria o meu "discurso inesquecível", especialmente criado para a minha quilter ídolo. Com um sorriso simpático, ela me olhou e ficou aguardando a minha reação. Sem mais tempo para pensar e emanada por um mix de nervosismo e plena satisfação por estar ali, disse, "Carol, you are my favorite!".  kakaka... Só rindo mesmo da minha cara... Que ridícula que eu sou! Hooooras pensando no que dizer, elaborando a mais impressionante das palavras, para me sair uma frase dessas. MICOOOO!!! Enfim, uma coisa é certa, embora o espírito de William Shakespeare não tenha baixado em mim naquele momento, não tenho a menor dúvida de que a minha boca apenas articulou o que meu coração há muito gostaria que ela soubesse. Fui sincera! E acho que agradou, pois, como resposta, recebi um sorriso agradecido e um espontâneo ABRAÇO, adocicado pelas seguintes palavras: "Oh, you are so sweet!". Não acreditei no que estava acontecendo! Para mim, foi o mesmo que abraçar a Meryl Streep que, até eu conhecer a Carol Doak, era a minha Number One.
E não ficou só por aí não. Querem saber mais?! Morram de inveja vocês! (rsrsrs...) Mantivemos um breve bate-papo e, no final, eu ganhei OUTRO ABRAÇO. Sim, minhas caras, foram TWO big hugs!
 
 
NINGUÉM que tenha ido falar com ela no final daquela palestra recebeu-lhe um abraço, a não ser EUZINHA aqui que vos escreve. Acho que ela realmente não esperava ouvir o que ouviu de mim e se surpreendeu de maneira positiva. Ai... ai... que orgulho! Coisas que somente o International Quilt Festival é capaz de proporcionar a uma humilde mortal na arte de quiltar. Saí do Centro de Convenções de Houston, naquela tarde, feliz igual marisco, com um autógrafo na capa do meu livro e uma bela recordação daquele dia.




Algum tempo depois, numa bela manhã, dessas que vemos o passarinho azul passar várias vezes diante de nós, fui surpreendida com a melhor das novidades: Carol Doak estava vendendo alguns dos quilts de sua autoria. Vou repetir para vocês não pensarem que entederam errado: Carol Doak estava vendendo alguns dos quilts de sua autoria. Não acreditaram ainda?! Então leiam com seus próprios olhos bem aqui.
Não dei chances ao "papei-mosca"! Na mesma hora, passei a mão no telefone e liguei para o marido.Vejam o teor da conversa, às 10:30 da manhã de uma segunda-feira:


Eu: Marida, queria te pedir um presente de Natal...
Ele: Pode comprar!

Simples assim! Olhem que marido que eu tenho! É ou não é para se ajoelhar, todos os dias, e agradecer à Deus por ter tirado a sorte grande?! (rsrsrsrsrs...) Em menos de quinze dias, tinha em mãos a minha "Mona Lisa" em casa.







Só para deixar vocês mais roídas ainda, é claro que essa compra resultou em algumas três ou quatro trocas de email. É isso mesmo, meninas, eu troquei email com Carol Doak! E sabem do que mais?! Ela se lembrou de mim. É ou não é uma FOFA toda vida?!!!! Sinal de que o meu tosco discurso, naquela inesquecivel tarde no Festival, foi de fato inesquecível.
Durante algum tempo, esse lindo painel, quiltado à mão (Diga-se de passagem.), ficou em minha parede de forma bastante improvisada. Não vou contar essa história de novo para não ser enfadonha com causos repetitivos. (Quem leu, leu; quem não leu, tem a chance de fazê-lo aqui.) O fato é que, "Vergonha na Cara" tem efeito instântaneo, do tipo "Tomou; ajeitou". E comigo não foi diferente.
Agora, meu legítimo Carol Doak, quiltado à mão (Só para enfatizar.), encontra-se devidamente disposto na parede da minha sala, com todo o destaque merecido, prontinho para ser admirado e aplaudido por quem quiser ser sua plateia.
Bjs e até a próxima postagem!

5 comentários:

Ana Maria - Anateliê disse...

Tá podendo né amiga?????rsrsrsrs
Parabéns Marilinda, o trabalho é fantástico! Beijocas

Eliana Zerbinatti... disse...

Ah! Tenha dó, né?
E agora a gente tem que ficar aqui, se corroendo de inveja?
HUMPTTT!!

claudia becker disse...

Ah, tenha dó né (2)

Além de tudo deixou até minha ídola tia Lili com invejinha!


Mari, vc é um luuuuuuxo!

M. Regina disse...

Que gracinha tua história, já te disse, adoro teu jeito de lidar com as palavras, também, professora de linguas...parabéns. Adoro a Carol também.

Tays Rocha disse...

Menina, me diverti de monte lendo isso, deve ser mesmo uma delícia, é um sonho realizado! Parabéns e diz pro teu marido que ele é muito fofo!!! O meu tbm é assim bonzinho hehehehe. Beijocas amiga ♥