8 de março de 2011

Quilteiras Anônimas.

Recebi de uma amiga e não poderia deixar de postar...


Um dia chego lá!

Para saber se você também é uma dependente textil, atente para os seguintes sintomas:
(Em vermelho, as minhas respostas.)

… sua tábua de passar está sempre armada mas você nunca passa roupas. (Sim.)
… você pensa em seu trabalho como uma interrupção do seu tempo de costura. (Sim.)
… as pessoas estão sempre tirando linhas de você. (Constantemente.)
… você consegue medir um centímetro com precisão sem régua. (Centímetro não, mas polegadas dificilmente eu erro.)
… você precisa de uma casa maior para (re)instalar sua sala de costura. (Sem dúvida.)
… você compra todo apetrecho que vê para Patchwork não porque você precise mas apenas porque você ainda não tem. (Se eu abrisse uma Jo Ann com os meus acessórios para patch, ficaria milhonária.)
… você possui mais tesouras do que poderia um dia imaginar e mantêm todas elas com cadeado para que nenhum incauto resolva cortar papel com elas. (Ai de quem se atrever tocar nas minhas 273 tesouras.)
… você sabe quem fabricou um tecido só de olhar para ele. (Sou nota 9,5 nesse quesito.)
… você têm kits de Patchwork suficientes para deixar de herança para as próximas três gerações de seus filhos. (Três não, mas duas é bem provável que sim.)
… você tem mais agulhas que no consultório do seu médico. (E nunca é o suficiente, posso garantir.)
… você tem um GPS interno para encontrar lojas de tecido. (Quando saímos, meu marido evita até de me perguntar por onde ou a onde vamos.)
... seus filhos sabem cozinhar e lavar para eles mesmos. (Não, mas já se acostumaram com a comum proposta: "Que tal comer fora hoje?!".)
… o valor total das suas máquinas de costura é maior que o do seu carro. (Para felicidade do meu marido não, mas já estou na fase da persuasão de que uma máquina de costura nova seria fundamental para o meu crescimento profissional.)
… você deseja ser enterrada com seu dedal. (Não, pois pretendo imortalizar meus acessórios.)
… você carrega mais fotos de trabalhos de Patchwork do que dos seus filhos. (Não. Filhos são imbatíveis.)
… você pensa que a cama está pelada se não estiver com uma colcha de Patchwork nela. (... ou, no mínimo, mal vestida.)
… prefere costurar a comer. (Poderia assegurar de que Patchwork é o nome da minha dieta.)
… em um filme de romance você presta mais atenção na colcha de Patchwork sobre a cama do que na ação que se passa em cima dela. (Até mesmo nos de ficção científica.)
… você tem tanto tecido que daria para abastecer o estoque de uma loja, mas nenhum em tamanho suficiente para fazer um simples vestido. (Vestido?! Não conseguiria fazer nem um simples guardanapo...)
… ao invés de um bom romance, seu livro de cabeceira é sempre um livro de Patchwork. (... e revistas do ramo também.)
… às 23hs você dá um beijo de boa noite em seu marido e diz “Eu já vou para a cama, assim que terminar esse bloco” e quando você se dá conta seu marido está te dando um beijo de bom dia ao sair para o trabalho. (Não viro à noite para poder aproveitar melhor a luz do dia seguinte para a precisão dos meus pontos invisíveis.)
… ao receber a fatura você percebe que a maior parte dos gastos com seu cartão de crédito foram em lojas de tecido. (Há um ano que não compro uma calcinha para mim, mas juro que não me lembro da vez que fiquei mais de um dia sem comprar algo para patch. Curioso, né?!!)
… todos os funcionários de todas a lojas de tecido em um raio de 100 quilômetros sabem seu nome. (Eles passaram a ser os meus amigos mais presentes.)
… todos ao seu redor sabem que você faz Patchwork mesmo que você ainda não tenha dito isso a elas. (Quando digo que meu nome é Mariana, quase todo mundo responde "Nossa, pensei que você se chamasse Patchwork.")
… se você não estiver costurando você está na internet vasculhando sites de Patchwork. (Acho que seria um banco de dados mais eficiente que o Google.)
… o cheiro de tecido novo faz seus olhos brilharem. (Abre até o meu apetite.)
… o carteiro vem lhe entregar uma encomenda e pergunta “mais tecido?”. (Sou famosa até nas instituições de correios. São meus amigos mesmo: amigos de fé, irmãos camaradas!)
… o dono da loja de tecidos te leva para o fundo da loja para mostrar a nova remessa antes mesmo de colocar nas prateleiras. (Já sei dos "calendários" das lojas de patch antes mesmo dos seus proprietários.)
… as únicas vezes em que você lava roupa é quando chega com um monte de tecido novo que precisa ser pré-molhado. (Não, mas não entendo porque minha casa tem sempre roupa acumulada para lavar...)
… você planeja sua viagem de férias para Gramado, durante o festival de Patchwork. (Tenho absoluta CERTEZA de que a minha primeira ida à Gramado será programada para a época do festival.)
… você não consegue sair de uma loja de tecido sem ter gasto pelo menos 100 reais. (Dólares!)
… você olha para a roupa das pessoas e tenta determinar, apenas ao olhar, se o tecido é 100% algodão. (... e se a padronagem e cores estão combinando.)
… você sonha que está passando tecidos importados e quando acorda percebe que está sorrindo. (Passar tecidos para patch é um sonho bom até mesmo quando estamos acordadas.)
… você tem tantos projetos inacabados que não seria possível terminá-los em um ano. (Eu diria até nas próximas décadas...)
… durante uma reunião ou palestra você finge que toma notas, mas na verdade está rascunhando novos projetos de Patchwork. (Isso quando não falo sozinha, fazendo contas de quanto tecido devo comprar para o topo de um novo projeto.)
… ao voltar de viagem você precisa comprar uma outra mala só para carregar seus novos paninhos. (Ana Luiza e Tia Fausta que o digam!!!)
… quando você está comprando tecido a vendedora pergunta “o que você vai fazer com eles?” e a sua resposta é “eu não sei”, “eu não tenho certeza” ou “eu só coleciono tecidos”. (Respondo "Porque eu preciso tê-los em minha casa, junto a mim.")
… você não tem coragem de pagar 40 reais em um sapato novo, mas não tem problema em gastar 40 reais em um metro de tecido importado. (Para mim, nada de patch é caro, mas sim artigo de ultra necessidade.)
… você paga alguém para limpar sua casa, só para ficar com mais tempo para suas costuras. (Estou, inclusive,conversando com a Maria, minha secretária, sobre a possibilidade dela vir mais dias a minha casa.)
… você precisa arrumar um bico trabalhando na loja de tecidos para ajudar a pagar a sua conta. (Minha maior realização profissional seria trabalhar numa loja de tecido.)
… você se pega apreciando com prazer o quão lindinhos são os tecidos que você tem em casa. (Tecido é igual a filho: os nossos NUNCA são feios.)
… você gasta muito mais dinheiro em coisas de Patchwork do que com seu guarda-roupa. (Se antes eu já não ligava para comprar bolsas, agora então, só me interesso mesmo pelas ecobags dos festivais de patchwork.)
… você separa uma área da sala de estar para costurar para que assim você possa ver sua família de vez em quando. (Meu ateliê é conjugado com minha sala. Preciso dizer algo mais?!)
… você acorda às 4hs e não consegue voltar a dormir porque está pensando no novo projeto de Patchwork que você quer fazer. (Praticamente todos os dias.)
… você espreme seu dedo na porta do carro e antes mesmo de pensar “ai!” você pensa “ah não! Como é que eu vou costurar agora!?” (Tenho o Maestro João Carlos Martins como ícone! Aliás, torci mais para a Vai-Vai, nesse Carnaval, do que para o Salgueiro, minha escola do coração. )
… você viaja para a Inglaterra e procura por uma loja de tecidos antes de ir visitar o Big Ben. (Em qualquer lugar do mundo que eu vá, minha condição é de ter uma loja de patch, ainda que pequenininha.)
… você torce para chover no final de semana para ter uma desculpa para ficar em casa costurando. (Já nem preciso mais de desculpas... a galera já sabe!)
… você fica 30 minutos procurando por seu dedal e de repente se dá conta de que ele estava no seu dedo todo esse tempo. (Vááááááááááááááááárias vezes!!!!)
… você começa a dar seus projetos inacabados de presente para que alguém os termine. (Não!!!! O projeto é MEU e ninguém tasca!)
… você pergunta para seu filho mais velho quando ele vai se mudar de casa, porque você quer transformar o quarto dele em uma sala de costura. (Não, mas já comecei a invadir o closet do Daniel sem pedir licença...)
… você sabe exatamente quais serão seus próximos 10 projetos de Patchwork mas não faz idéia do que fará para o jantar dessa noite. (...é verdade, hoje tenho que fazer o almoço...)
… frequentemente você gasta o seu dinheiro para o almoço em tecidinhos. (É tudo no mesmo cartão de crédito... não dá nem para notar!)
… você começa a esconder a fatura do seu cartão de crédito para que ninguém veja o quanto você gastou em lojas de tecido. (Não, mas suo frio quando entrego a carta da fatura para o Marcus...)
… para você Featherweight (peso-pena) não é uma modalidade de boxe. (Aprendi mais inglês com o patch do que na Universidade de Houston.)
… você esquece do tempo costurando e depois precisa correr como louca para deixar a casa em ordem e fazer o jantar antes de seu marido chegar em casa. (... e ainda faço drama, dizendo que estou muito sobrecarregada, que o serviço doméstico está me ocupando muito, que não tenho tempo para mim, que só vivo para lavar, passar e cozinhar, que essa era a minha sina... aquelas coisas que já sabemos.)
… você têm fat quartes guardados na sua gaveta de meias. (Não... sou MUITO organizada!)
… seu marido e filhos andam pela casa com linhas presas nas roupas… assim como você. (Somos praticamente uma família de carretéis de linha. As vezes, inclusive,  tenho a sensação de que tenho mais linhas grudadas em mim do que naqueles rolos adesivos próprios para tirar pelos de roupas, sabe quais são?!)
… seu filho de 3 anos olha para o chão de uma igreja e fala “olha mamãe, é um quilt!” (Ele ainda não fala, mas já sabe ligar a máquina de costura que é uma beleza.)
… seu marido é capaz de ajudar a escolher a combinação de tecidos perfeita. (É praticamente um Jaque Leclair.)
… seu marido sabe os nomes dos blocos e das técnicas de Patchwork de tanto te ouvir falar delas. (Seria capaz de ensiná-los, inclusive.)
… você têm tecidos em todas a cores do espectro do arco-íris, mas precisa dar uma passadinha na loja de tecidos porque não consegue encontrar a cor exata que você quer. (E, certamente, nunca será exatamente a que eu estava procurando... mas serve.)
… se você estiver hospitalizada seu filho te traz fat quarters de presente ao invés de flores. (Fats, para mim, são tão precisosos quanto um diamante.)
… sua família se reúne em sua sala de costura e não na sala de estar. (O ateliê na casa se uma quilteira é o mesmo que a cozinha na casa de um italiano. Visualizou?!)
… você despende seu tempo lendo essa lista, se identifica com mais da metade das sentenças e ainda pensa que é pouco. (É praticamente a minha biografia, eu diria.)


E que Nossa Senhora dos Tecidos te proteja! (Será que devo pedir proteção a mim tb?! rsrsrsrs...)

Bjs e até a próxima postagem!

6 comentários:

claudia becker disse...

Tô rachando o bico com os seus comentários!!!!

Vc é hilária.
ô guria.... tô com super saudade de vc..... entra lá no patchepinte de novo.

Ah.... o que vc acha do outono?
Parece mais desafiador que o verão?
Eu acho que agora dava a nossa troquinha né.....

Simone disse...

Amiga, estou com saudades...
Vc tem estado sumidinha.
Espero que esteja tudo bem.
Mil bjs no coração minha querida

ANA LUIZA disse...

Mari,
Estou parecendo uma doida varrida rindo sozinha e me identificando com quase todos os itens.
Só mesmo uma quilteira para nos entender,né?
Beijos saudosos
Analu

Aline Vachelli disse...

Nossa, eu amei o texto...e seus comentários!!rsrs...
Não domino bem a máquina porém trabalhando com caixas e tecidos, me identifiquei com muitos desses pontos...é engraçado..rs..
Beijos

Pontos com Arte disse...

Oi Mari
Te encontrei por conta de um comentário num grupo que pertenço e ADOREI !!!!!Me identifiquei demais com 90% do seu texto !!!
Já estou te seguindo !!!!
Você é brasileira e mora nos EUA???
Bjs
Cecilia

Ju Russo disse...

Mari...adorei esse texto...e seus comentarios então...muito bom...kakakakakakakakaka
será q posso colocar no meu blog tb???
adoreiiii

Bjussss